-Que amigo? Perguntou Cássio.
- Plínio. Disse Elisabeth.
O casal ficou parado, como se
estivesse nos observando. Eles viraram novamente e deram um passo seguindo o
caminho que faziam anteriormente.
-Sr. Peter! Chamei mais uma vez
tentando me aproximar.
-Zack, não se aproxime. Avisou
Cássio.
-Temos que ajudá-los, eles não
parecem bem.
-Zack, olhe ao seu redor, veja se alguém
parece bem. Todos estão em situações desesperadoras. Vamos embora, deixe-os ai.
Não dei ouvidos a Cássio e continuei
me aproximando devagar.
-Zack, pare! Não vou deixar você nos
colocar em encrenca novamente. Disse Cássio.
-Zack! Chamou Joshua.
Os pais de Plínio olharam para mim.
Quanto mais perto eu chegava, mais eu percebia que havia algo de errado com
eles. Além dos olhos avermelhados, eles babavam e não tinham muita coordenação
nos movimentos. Chamei mais uma vez antes de tentar tocá-los.
-Srª Gina, Sr. Peter. Por favor, me
escutem. Vocês precisam vir comigo, levarei vocês para casa. Vamos! Por favor.
Eles não disseram uma só palavra.
Cheguei perto ao ponto de poder tocá-los. Quando esbocei um movimento o Sr.
Peter reagiu levantando um dos braços, que sangrava com alguns arranhões e
mostrou os dentes que estavam cobertos por uma gosma verde. Não houve tempo para
acontecer absolutamente nada. Assim que o homem de jaleco se movimentou, um
pedregulho de barro o atingiu em cheio na cabeça.
-Não! Gritei.
A Srª Gina sibilou e tentou me
atingir com sua língua, que crescera desproporcionalmente, mas Cássio conseguiu
me empurrar e evitar que ela me acertasse. A língua devia medir uns 10
metros. Em seguida Joshua aproximou-se
para me ajudar.
- O que você está fazendo seu
imbecil! Eles são pessoas boas. Falei.
Enquanto eu esbravejava, Cássio
lutava contra a Srª Gina, e algumas pessoas começaram a se movimentar próximo
ao local onde estávamos.
-Josh, traga Zack para o carro!
Berrou Elisabeth.
- Vamos Zack, não temos o que fazer.
As pessoas estão olhando, não sabemos o que isso pode significar.
- Me solta, Josh! Não vou permitir
isso! Não está vendo? É a mãe do P.
Joshua olhou fixamente para mim.
-Zack, olhe bem para aquilo. Olhe
bem. É a mãe do P?
Olhei para a mulher, ela tentava
sufocar Cássio. Ele Deixou que ela enrolasse a língua em seu braço, e então lhe
acertou uma rajada de terra dentro da boca, fazendo com que ela ficasse
engasgada, até que os sinais vitais dela desapareceram. Cássio passou a mão em
sua camisa, limpou os braços e saiu.
-E se fosse com você, Josh? Será que
deveríamos tentar ajudar? Falei.
-Zack...
-Vamos, entrem no carro. As coisas
não vão ficar boas por aqui. Disse Cássio.
Fui à direção dele e o acertei com um
soco.
-Ora, seu... Cássio me ameaçou.
- Ei! Interrompeu Elisabeth. Sem
essa! Já tivemos coisas demais por hoje.
-Isso não vai ficar assim, Zack.
Disse Cássio. -Você só nos mete em roubadas, e agora quer dar uma de durão pra
cima de mim? É melhor você ficar na sua, ou então eu vou quebrar a sua cara.
- Experimenta, otário! Retruquei.-
Acha que vai ficar impune depois de ter assassinado os pais do meu amigo? Não vai!
- Eram monstros, como quaisquer
outros. Eu os mataria novamente se fosse necessário.
Eu tentei ir pra cima dele, mas
Joshua não permitiu.
-Zack, você não pode se esforçar.
Disse Joshua. –Cássio, é melhor você ficar na sua. Você não vai querer procurar
briga com ele.
- Não vai mesmo. Completou Elisabeth.
Cássio passou a mão no canto da boca
para limpar um pequeno ferimento e seguiu para o carro. Entramos e seguimos
para a casa de Elisabeth.
De repente, as pessoas que rodeavam a
batalha começaram a se espalhar. Foi uma cena estranha, todos se juntaram para
ver a luta, e depois saíram, como se nada tivesse acontecido. Longe dali pude
avistar dois monstros se enfrentando, e algumas das pessoas que estavam conosco
dirigiam-se para lá.
***
Chegamos na Praça da Juventude, onde
alguns abutres dividiam um pedaço de carne crua. Paramos em frente a casa de
Elisabeth. Um lugar bonito, com uma grande varanda, grama seca e um jardim com
flores murchas. O portão estava encostado.
-Elisa! Chamou Elisabeth. Você está
ai?
Elisabeth quebrou a maçaneta da porta
para que pudéssemos entrar.
-Elisa! Todos chamamos por ela.
-Onde você está? Sou eu, Elisabeth.
-Ela não está aqui. Disse Joshua.
- Ela tem que estar aqui. Retrucou
Elisabeth.
Procuramos por toda a parte, nos
quartos, no banheiro, nos fundos, na cozinha, mas Elisa não estava em lugar
algum.
- E agora? Perguntei.
Elisabeth ficou tensa. -Ela tem que
estar aqui, não pode ter ido com aquele cretino. Disse ela.
- Existe algum lugar na casa que
ainda podemos procurá-la.
Elisabeth pensou um pouco.
- Sim, claro. É minha última
esperança.
Elisabeth correu até um dos quartos,
onde guardavam algumas caixas. Lá havia um armário de tamanho médio. Fomos
todos até lá. Elisabeth abriu as portas de cima, que eram maiores, porém não havia
nada. Olhamos-nos com um ar de decepção. Elisabeth abriu as portas menores do
armário, que ficavam na parte de baixo, e para nossa surpresa lá estava Elisa,
toda encolhida, chorando com a cabeça entre os joelhos. Seus cabelos loiros
estavam bagunçados. Ela não levantou a cabeça para nos olhar até que Elisabeth
Disse:
-Maninha, sou eu, Beth.
Elisa olhou vagarosamente e se levantou
dando um forte abraço na irmã.
- Obrigado por ter vindo. Disse ela.
Em seguida, Elisa veio até mim e me
abraçou. Fui pego de surpresa. Ficamos abraçados por alguns instantes.
Continua...
Ilustração: Patrick. A
3 comentários:
Que poha é essa de língua gigante?! Que barril!! E que barril esse climinha entre Elisa e Zack... pq parou?!
Agora Zack vai ficar de romancinho com Elisa?
Os pais de Plínio mortos. O que ele vai achar disso quando reencontrar o pessoal?
aguardando o prox
Esse zack eh todo otário, ele nao ta vendo que os pais de Plínio estão "transformados", o que ele quer?? pegá-los no colo e levar p casa???? PQP...merecia uma surra do Cássio p aprender a ser homem...to puto...Arriscar a segurança da galera por causa de #@*%# de pai de P.
Manda ele criar uma ONG p acolher os zombies da cidade...
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