quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A César o que é de César: Senado aprova obrigatoriedade do diploma de jornalismo

Me responda uma coisa, você deixaria um mecânico fazer uma cirurgia em algum parente seu (Sogra não vale.)?  Pois então, é mais ou menos por aí. Em 2009, o Supremo Tribunal Federal derrubou a necessidade do diploma para jornalistas. Como se não bastasse a quantidade de porcaria que chega em nossas casas através dos meios de comunicação, não havia a necessidade de se contratar pessoas qualificadas pra levar informação para o cidadão. Aí você pode dizer: Ah, mas qualquer um pode escrever um texto, e ler na frente da TV. Meu amigo(a), se você pensa dessa maneira, eu sinto pena de você. Ética, critérios de noticiabilidade, qualidade da informação, informação esta que deve ser passada de uma forma democrática, carregada de imparcialidade, são apenas alguns itens que os jornalistas formados trazem consigo ao chegar no mercado. E eu não preciso nem dizer que as pessoas que caem de paraquedas no meio jornalístico não possuem tais atributos.
A luta pelo diploma não seria apenas uma luta de determinada classe, mas sim de toda a sociedade, pois intenções macabras estão envolvidas nessa questão. É ridículo imaginar determinadas pessoas, que representam determinados poderes na sociedade, argumentarem contra a obrigatoriedade do diploma dizendo que isso é prejudicial a liberdade de expressão. É mais que óbvio, que qualquer cidadão tem o direito de se expressar através de qualquer mídia, mas o que impede este cidadão de se expressar, de "colocar a boca no trombone", é o empresário, dono dessas mídias, que possuem seus próprios interesses, e que sempre estão voltados para o lucro. Querendo ou não, o jornalismo está envolvido com a política (infelizmente), e isso afeta diretamente a edição de uma determinada notícia. Então, nem a exigência do diploma, nem a regulamentação ferem a liberdade de expressão, até mesmo porque faz parte do jornalismo ouvir todas as partes da informação, passando assim por diferentes setores sociais.
A não obrigatoriedade do diploma favorece aos proprietários de empresas de comunicação, que tornam-se cada vez mais poderosos, pois além de já possuírem o capital, ainda conseguem manipular a sociedade da forma que bem entendem. Acreditem, isso não é bom, isso faz com que a sociedade fique cada vez mais alienada, e consequentemente perca a capacidade de PENSAR, de criticar, de cobrar os deveres das autoridades.
Ontem (07), em segundo turno, o senado aprovou a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que torna obrigatório o diploma de nível superior em jornalismo para o exercício da profissão. A votação foi concluída da seguinte forma: 60 votos a favor, e 4 votos contra. Agora a proposta segue para votação na Câmara dos Deputados.

Espero que os nossos deputados tenham bom senso, para uma sociedade melhor.



Edimilton Santos






4 comentários:

Bruno disse...

"Ética, [...], são apenas alguns itens que os jornalistas formados trazem consigo ao chegar no mercado."

O jornalista formado adquire Ética no curso de jornalismo?

Edimilton Santos disse...

Bruno.
Ele literalmente "aprende" o que é ético no jornalismo. E sim, ele traz isso consigo. Claro que o ser humano possue suas individualidades, então ele poderá ou não usar esses conhecimentos. Temos alguns exemplos frequentes de falta de ética no jornalismo atual, como certas imagens que são exibidas abusando da violência. Mas como já disse numa postagem anterior, sensacionalismo e jornalismo não se misturam.
Mas Bruno, o jornalista formado adquire todas as ferramentas necessárias para levar a ética para o jornalismo. Se ele vai usar ou não essas ferramentas... Mas assumo o risco ao dizer que a maioria adquire ética.

Santiago disse...

Tudo o que os donos de emissoras querem é poder controlar tudo, inclusive, e principalmente nossas mentes. O povo tem pleno direito a se manifestar, mas muitas vezes apenas um lado da moeda é visto, por isso as coisas chegam deturpadas para nós.

Eu sou mais que a favor da obrigatoriedade do diploma.

Eddi Brito Dêda de Andrade disse...

Independente da mídia ser uma facção criminosa ou não, é óbvio, que um jornalista ético,no âmbito do exercício da função, de tornará menos vulnerável a mídia corrupta.