terça-feira, 9 de outubro de 2012

Adaptation: Capítulo 8

Eu fiquei boquiaberto, e a professora Isabel parecia estar tão espantada quanto eu. Era tudo muito parecido com a cena que vivenciamos no colégio. A bancada, as caixas, os líquidos, as velas... Era mais que óbvio que o Dr. Lynder estava causando aqueles acidentes propositalmente, mas porque ele estava fazendo aquilo? A professora Isabel e eu nos olhamos, esperando que alguma resposta pudesse aparecer do nada.
-Não é essa a cidade que vocês irão? Cidade do Oriente. Perguntou minha mãe.
-É... Não... Quer dizer, sim. É pra lá mesmo que vamos Srª Miller.
-Que coisa, tudo está de pernas pro ar. Isabel pare de me chamar de Srª.
-Certo Srª... Suzan.
- Assim está melhor. Não quer comer alguma coisa? Tenho biscoitos deliciosos na cozinha.
-Não mãe, ela não quer comer. Interrompi.
- Não, muito obrigada, tenho mesmo que ir. Ainda tenho muita coisa pra resolver antes de partirmos. Já vou indo.
-Tudo bem. Imagino que você tenha mesmo muitas coisas pra resolver.
A professora foi se levantando, ainda meio baqueada com o que vimos na televisão.
-Zackarie, amanhã nos encontraremos na praça da juventude às 8:00 da manhã. Tudo bem?
- Sim, professora.
Levei a professora até a porta e ela se foi. Fiquei imaginando se contaria ou não para minha mãe sobre a suspensão que levei. Achei melhor não contar, eu poderia fazer isso quando voltasse da viagem.
***
Na manhã seguinte levantei cedo, não havia dormido direito. A ansiedade estava me matando, e durante a noite, as horas demoravam uma eternidade pra passar. Arrumei algumas roupas na minha mochila. Não tinha nada demais, só o básico. Mas parece que minha mãe havia resolvido fazer minhas malas também, e quando desci as escadas lá estava ela com uma mala entupida de coisas.
-Meu filho. Eu sabia que você não conseguiria arrumar suas coisas em tão pouco tempo. Por isso resolvi te dar uma ajudinha. Aqui estão algumas coisas que serão úteis pra você. Eu sei que deve faltar muita coisa...
-Suzan, isso é mais que suficiente. Interrompeu meu pai.
- Robert, você sabe que não. Quantas vezes você precisou que eu fizesse suas malas para viajar? Você sempre se esquece das coisas, e esse mocinho é igual a você.
-Mãe, eu já tenho tudo que preciso aqui...
- Zack, não discuta. Apenas leve a mala que sua mãe arrumou. E tome seu café, levarei você até a praça.
-Tudo bem, eu me rendo.
Tomei meu café da manhã, e depois de escutar uns duzentos mil conselhos entrei no carro com meu pai. No caminho, meu pai e eu conversamos sobre muitas coisas, apesar do caminho ser relativamente curto. Meu pai lembrava como eram boas suas viagens com sua turma do colégio, das paqueras, da diversão, do aprendizado.
- Aproveite cada momento, Zack. Tenha responsabilidade, saiba os momentos de levar as coisas a sério, e o momento de se divertir. Na vida, você deve aprender a ter equilíbrio, sem isso você vai fracassar. Isso é o mais importante. Quando você se tornar um adulto sentirá falta de momentos como esses. Mas se souber aproveitar, poderá colher bons frutos no futuro.
As palavras do meu pai foram tão legais que eu quase acreditei que estava indo para uma viagem de estudos. Naquele momento senti vontade de contar a verdade pra ele. Mas seria muito estranho, e provavelmente ele não me deixaria ir.
-Obrigado pelos conselhos pai. Vou aprender o máximo que puder, e tentarei ter equilíbrio.
-É isso ai garoto. Chegamos, parece que você é o último, seus amigos já estão lá.
***
Despedi-me do meu pai, que seguiu para o trabalho. Plínio e Joshua estavam no centro da praça, próximos às estátuas. Plínio estava com mais malas do que eu, Joshua levava apenas uma mochila.
- Você pretende morar lá junto com o P? Brincou Joshua.
-Coisa da minha mãe, cara. Respondi.
-Juro que não vou te emprestar nada Josh. Só por causa das suas piadinhas. Disse Plínio.
- E a professora? Perguntei.
-Lá está ela. Disse Plínio.
A professora Isabel vinha num Sedan branco. Estacionou o carro próximo a uma árvore, e veio em nossa direção.
- Olá meninos!
- Oi professora! Respondi.
- Espero que a Srª tenha se alimentado bem antes de vir. Disse Joshua.
Não pude conter o riso.
- Não tão bem assim Joshua, mas parece que tenho comida pra viagem. Retrucou a professora.
Ficamos em silencio por um instante, e de certa forma estávamos torcendo para que fosse só uma piada.
- Relaxem rapazes.
- Podemos ir? Já estamos atrasados. Disse Plínio.
-Ainda não. Respondeu a professora. -Ainda falta uma pessoa.
-Quem? Perguntei.
-Logo saberão.
Há alguns metros ela chegava com uma mochila nas costas, e uma mala de rodinhas. Vestia um short jeans, calçava um tênis branco e usava uma blusa preta. Seus cabelos estavam soltos. Ela estava muito bonita, apesar de eu sempre ter um grande receio de falar com ela, sentia uma vontade muito grande de dizer isso.
- Me desculpem pelo atraso. Disse Elisabeth.
-Ela? Questionei.
- Sim, agora podemos ir. Disse a professora Isabel.
Fiquei me perguntando o que Elisabeth sabia, o que ela fazia, pois a professora não a chamaria para uma viagem dessas a toa. Mas em breve saberíamos. Pegamos nossas coisas, colocamos no porta-malas do carro, e entramos. A professora dirigia, Elisabeth sentou na frente, eu, Joshua e Plínio sentamos no banco de trás. No início da viagem ficamos calados boa parte do tempo. Eu me perguntava o que realmente faríamos. Até que resolvi perguntar:
-O que vamos fazer?
- Encontrar o Dr.Lynder. Respondeu a professora de imediato.
-Mas nós sabemos que ele é o culpado de tudo que está acontecendo. A senhora acha que ele vai nos ajudar?
-Não sei Zackarie. Mas ele provavelmente sabe algum jeito de reverter o que fez.
-E se...
- Se ele não quiser ajudar, arrancaremos alguma coisa à força. Interrompeu Elisabeth.
Ficamos em silêncio por alguns instantes.
-Zackarie, primeiro o encontraremos, depois vemos o que acontece. Disse a professora.
Plínio ligou seu Nintendo DS e começou a jogar. Joshua colocou seus fones de ouvido. Eu tentava não demonstrar muito nervosismo, fechei os olhos e adormeci.
***
Estava perto do meio-dia e paramos num posto para almoçar, lá havia uma pequena lanchonete. O posto só tinha um frentista, e mais dois caras trabalhavam na lanchonete. O lugar estava meio isolado, e apenas um sujeito gordo estava na lanchonete. A professora abasteceu o carro, e enquanto isso fomos entrando no estabelecimento. Ao chegarmos, o sujeito gordo ficou nos olhando estranhamente. Sentamos nas mesas junto ao balcão e fizemos o pedido.
- Ora, ora, ora. Um bando de pirralhos viajando sozinhos. Disse o homem gordo.
Ficamos todos quietos, apenas esperamos os sanduíches.
- São mudos? Perguntou o homem.
- Eles apenas não falam com estranhos, meu caro. Agora por favor, deixe-nos em paz. Disse a professora Isabel.
- Ora, vejam só. É a mamãe de vocês? Ok, eu só estava puxando assunto.
A professora Isabel sentou-se ao meu lado, e fez seu pedido. Todos os sanduíches chegaram juntos.
-Nossa, eu estou faminto. Disse Plínio
-Está com uma cara ótima disse Joshua.
Quando fui morder meu sanduíche Plínio esbarrou seu cotovelo em mim e derrubou meu almoço.
-Ah, P. Fala sério!
- Foi mau cara. Pede outro, é por minha conta.
- Mas é claro que é.
-Toma, pode comer metade do meu. Disse Elisabeh, que ainda não havia comido.
-Não se preocupe, eu espero o meu chegar. Obrigado.
Estranhei a gentileza de Elisabeth, não era do seu feitio.
-Cara, já estou ficando com sono. Resmungou Plínio.
O homem que estava na lanchonete se levantou, foi até a porta do estabelecimento e fez um sinal para o frentista. De repente, Joshua começou a cambalear no banco em que estava. A professora Isabel parecia sonolenta, e Plínio simplesmente despencara no chão.
-Zackarie, Elisabeth... Não comam... Disse a professora antes de cair do banco.
-Plínio, professora!
-Joshua Também! Disse Elisabeth.
- HA HA HA HA. Gargalhou o gordo.
- Acho que teremos que dar um jeito nesses dois que ficaram acordados, pessoal. Disse o frentista.
Os dois funcionários da lanchonete aproximaram-se de nós. O gordo tocou na cintura de Elisabeth.
-Se tocar em mim de novo quebrarei todos os seus ossos, seu balofo. Disse Elisabeth, irritada.
-Olha, ela é brava. Falou um dos funcionários.
-O que vocês querem? Perguntei. –Podem levar nossas coisas, não temos muito dinheiro.
- Queremos vocês! Nós precisamos de vocês! Disse o frentista.
- Caras, é melhor vocês se afastarem.
Um dos funcionários aproximou-se de Joshua e colocou as mãos no corpo dele. De repente suas veias começaram a ficar alteradas. O que ele estava fazendo?
-Zackarie, eles são uma espécie de vampiros. Estão sugando sangue do Joshua!
-Menina! Mas o que é isso? Vampiros? Você acha que estamos num conto de fadas? Nós queremos energia. Precisamos disso, ou morreremos. Disse o frentista.
-Venha cá, docinho. Deixe-me tocá-la. O homem gordo segurou o braço de Elisabeth.
- Eu disse para não tocar em mim!
Elisabeth segurou o braço do sujeito e o girou. Mas ela não o soltou, ela apertou. Ela segurou o outro braço, enquanto o homem gritava de dor. Pude ouvir os ossos quebrando. Elisabeth deu um soco tão forte na barriga do homem que ele praticamente saiu voando, e chocou-se contra algumas mesas. Elisabeth arrancou o banco em que estava sentada do chão. O banco era fixado no piso. Elisabeth tinha uma força sobre-humana.
-Venham! Vou parti-los ao meio. Disse ela, enfurecida.


Continua...


11 comentários:

Gustavo Moreira disse...

Cidade do Oriente...

Na pegada de Capital do Norte, Capital do Sul et al.
(andou assistindo muito Dragon Ball! kkkk)

Sugadores de energia? São o que?
Amaldiçoados? fiquei curioso...

Aguardando as próximas cenas...

Thainá Freitas disse...

Aguardando os próximos capítulos *-*

Saulo disse...

Elisabeth? Juro que achei que Elisa fosse junto na hora da narrativa sobre "ela".

Muito bom! Esperando os próximos capítulos.

Anônimo disse...

PQP!!!AÇÃO!!! Já tava puto achando que iriam fugir...A Elisabeth desceu o pau!!!

Aguardando os proxs Caps...

Deborah Miranda disse...

Aaaah, também achei que seria Elisa!
E meu Deus, que agonia essa coisa de "precisamos de energia"!
Pronto, muito bom, agora pode postar o próximo que ja tô agoniada pra saber o que vai acontecer! hahaa

Eddi Brito Dêda de Andrade disse...

Mas esperai!! Elisabeth estava presente quando o desastrado Dr. Lyndr esbarrou nos vidros, misturando assim as fórmulas? De onde veio tanta foça? Estranho!!!

Unknown disse...

Ráááááááá malucoooooo eu sabiaaaaa manowwww sabiaaa!!!!

o.O to ficando com medo das minhas previsões, mas vamos lá...

Os caras eram velhos, e não pareciam nada desconfortáveis com o que estavam fazendo, então a quanto tempo será que estão nessa? Não é possível que TUDO tenha sido obra do doutor lymdo sozinho, tem alguém por trás, mas quem? A hipótese dos aliens ainda é a mais provável...

Oremos.

Aline Sampaio disse...

Até que enfim apareceu outra mulher com algum poder, kkk.Será que Zackarie vai começar a olhar Elisabeth com outros olhos?

Nekita disse...

Juninho, como eu dizia na escola YOU BROKEN! KKK Que num inglês super louco seria, tu broca kkkk Muito massa, adorei.
Agora eu fiquei aki imaginando o potencial dessas explosões "acidentais" ...porque se o povo ta na estrada e foi afetado, tipo imagine o povo na cidade, tipo será que todo mundo teria potencial de ter poder, será que alguem podia ser a cura em si pq não foi afetado e continua normal, mas desemboco num ex-man e sua criatividade ta infinita, mas sei la eu chuto que teve gente que não foi afetado e ponto = D Xero
É não tem como não ter mais especulações não eim rsrsrs = D

Diego disse...

PQP!!!!!!
Muito sinistro.
Apareceu mais uma personagem interessante.

ta fikndo kd vez mais misterioso. Não sei mais o que pensar, o jeito é ficar esperando msm. Mais uma vez eu digo coloca mais capitulos p/ semana. kkkkkk

Jefferson disse...

kkkkkkkkkkkk, muito massa, gostei da menina, vai dar uma coça na moçada, muito bom, ansioso pelo proximo capitulo