terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Adaptation: Capítulo 19



Já estávamos na estrada há aproximadamente três horas. Na minha cabeça, a imagem da minha mãe aparecia frequentemente. Joshua viajava na frente, enquanto eu e Elisabeth íamos atrás. Durante a viagem ninguém falou muita coisa, acho que estávamos todos tensos, ou então meus amigos estavam com medo de me deixar mais nervoso. Cada veículo que nos ultrapassava, ou que fosse ultrapassado por nós, proporcionava um pequeno susto. Num determinado momento, ficamos presos atrás de um caminhão que vinha numa velocidade baixa, provavelmente por causa do peso que transportava. Até mesmo Alex se mostrava apreensivo.
-Droga! Mas que diabos!
Joshua olhava para trás pela janela da caminhonete.
-Tem um carro preto atrás de nós. Disse Joshua.
-Não se preocupe, não é nada. Respondeu Alex.
Olhei para trás e vi o carro a que Joshua se referia. Para nossa infelicidade vi algo mais.
-Não é um carro. São dois carros iguais atrás de nós. Ainda não devemos nos preocupar?
Alex olhou pelo retrovisor algumas vezes.
-Agora podemos. Disse ele.
-Ultrapassa esse caminhão Alex! Berrou Elisabeth.
Alex esticou o pescoço para ver a outra pista e pisou fundo no acelerador. Do outro lado, um caminhão veio dando sinais de luz e buzinando. O motorista do caminhão que estava a nossa frente jogou o veículo para o acostamento, e por um triz conseguimos fazer a ultrapassagem. Alex continuou acelerando, mas quando olhamos para trás os carros continuavam nos perseguindo.
-Temos que fazer alguma coisa! Exclamou Elisabeth.
Um dos carros encostou do nosso lado. Era um homem de terno. Ele fazia sinais para pararmos a caminhonete.
Alex continuou acelerando. Quando um carro vinha na outra via, os veículos de nossos perseguidores voltavam e iam para trás de nós.
 -São homens do Dr. Lynder. Disse Alex. Já os vi perto do laboratório.
De repente, os dois carros pretos encostaram do nosso lado. O primeiro veio pela direita, no acostamento, o segundo veio pela esquerda.
-Ei! Aquele é o cara que levou Plínio! Exclamei.
-Ângelo. Completou Joshua.
Estávamos passando por um local complicado. A nossa direita se aproximava um precipício, e uma espécie de cerca de metal o separava da pista. Os carros começaram a bater na caminhonete. Joshua retirou algumas sementes do bolso.
-Mantenha a velocidade, Alex. Disse Joshua.
- O que você vai fazer?
- Apenas mantenha a velocidade!
Os carros estavam emparelhados. Do outro lado, um caminhão estava vindo, e começou a buzinar. Ângelo diminuiu a velocidade para ficar atrás de nós. Nesse momento, Joshua colocou metade do corpo para fora.
-Acelere um pouco, Alex! Agora!
Joshua arremessou as sementes no para-brisa do veículo que andava no acostamento. Instantaneamente, uma espécie de trepadeira brotou, e ficou grudada no vidro do carro, deixando o motorista sem visibilidade alguma. O carro freou bruscamente. A frente do automóvel preto chegou a tocar o fundo da nossa caminhonete, fazendo Alex segurar firme o volante para não perder o controle. O carro do nosso inimigo derrapou e saiu capotando, indo direto para o precipício. Era um adversário a menos.
-Isso! Comemorou Joshua.
-Valeu, Josh! Falei.
Ângelo ainda estava atrás de nós. Ele não parecia ter gostado muito do que aconteceu.
-Ainda não acabou. Alertou Alex.
Continuamos em alta velocidade.  Estávamos passando por uma reta, e logo mais a frente havia uma curva estreita para a esquerda. Ângelo aproximou-se de novo, mas dessa vez ele estava com a janela do carro aberta.
-Essa não! Exclamou Alex.
Alex tentou diminuir a velocidade, mas algo parecia tomar o controle da situação.
- O que está havendo Alex? Perguntou Elisabeth.
- Ele está manipulando o vento para nos empurrar! Respondeu Alex.
-Pare o carro! Gritei.
- Estou tentando.
Quando chegamos à curva não tínhamos o que fazer. Ângelo estava com uma das mãos para o lado de fora. Deixamos todos os vidros da caminhonete fechados. O acidente foi inevitável. Nossa caminhonete virou de lado e saiu derrapando até chocar-se com uma árvore.
***
-Ai...
-Estão todos bem? Perguntou Alex.
Eu estava meio zonzo. Olhei para o lado e vi Elisabeth desacordada.
- Elisabeth!
Segurei a cabeça dela, havia um corte em sua testa que começava a cicatrizar.
-Vamos sair daqui. Disse Joshua.
Segurei Elisabeth, mas estava muito complicado retirá-la da caminhonete.
-Me ajudem, ela está desacordada.
Joshua conseguiu sair do veículo e me ajudou a puxá-la para fora.
- Espero que estejam todos bem. Disse Ângelo ironicamente.
Olhei para ele com vontade de socá-lo até a morte.
- Seu desgraçado!
- Fique calmo garoto. Não me force a matá-los aqui mesmo.
Muitos carros começaram a parar. Os motoristas começaram a se aglomerar para ver o que tinha acontecido.
-Fora daqui seus insignificantes!
Ângelo fez um movimento com os braços, e arremessou os curiosos para longe. Logo depois, uma gritaria começou, e os motoristas foram saindo meio estabanados.
Alex soltou um ruído na direção de Ângelo, nosso adversário nos surpreendeu dando um super salto e ficando parado no ar.
-Acho que até mesmo o som possui um limite. Não cairei no mesmo truque ridículo que os meus colegas.
Eu e Joshua afastamos Elisabeth da caminhonete.
-Vamos ver até quando você conseguirá fugir! Gritou Alex.
Alex concentrou-se e soltou um grito agudo. Ângelo balançou, ele fazia muito esforço para se manter no ar.
- Quem disse que eu tenho a intenção de fugir, seu idiota!
Ângelo fez um movimento com os braços, como se estivesse batendo asas, e uma enorme rajada de vento foi na direção de Alex. Ele se jogou para o lado, mas nada adiantou, ele foi atingido com violência.
- Tenho que acabar com você! Disse Ângelo, demonstrando calma.
Ângelo rodopiou seu braço esquerdo, e era possível ver pequenos tornados em volta de seu braço. Nosso adversário lançou um tornado na direção de Alex que não pôde fazer nada, ele foi apanhado, e rodando, foi arremessado para longe. Quando nosso amigo estava prestes a cair, um cipó agarrou sua perna, e Alex ficou pendurado numa árvore que Joshua controlava.
-Garotos. Não tenho a intenção de matá-los, mas se não cooperarem ficarei sem escolha.
-Você está perdendo seu tempo, imbecil. Falou Joshua.
- O que fizeram com Plínio? Perguntei.
-Quem é esse? Rebateu Ângelo.
- Nosso amigo que você levou no dia em que chegamos a Oriente. Falei.
- Ha ha ha ha ha. Aquele imprestável?  O Dr. está cuidando dele. Venham comigo e vocês poderão ver seu amigo novamente.
Ângelo ficou em terra firme, e se aproximou de nós. Joshua estava com um chicote de espinhos na mão e o lançou na direção do inimigo. O chicote iria acertar o rosto de Ângelo, mas ele colocou o braço na frente e o chicote enrolou em seu antebraço.
- É tudo o que pode fazer, moleque?
Ângelo soltou uma rajada de vento em Joshua, e movimentou o braço que estava envolto pelo chicote.
Fui pra cima dele com uma luva de gelo na mão direita, tentei acertá-lo, mas ele era rápido. Assim que ele desviou do meu golpe, segurei seu braço esquerdo e congelei sua mão.
- Desgraçado! Vocês assinaram a sentença de morte.
Ângelo me acertou um golpe e fui arremessado para longe. Joshua ajudou-me a levantar.
- Bom trabalho Zack, sem os braços ele não conseguirá controlar o vento.
-Isso!
Nosso inimigo andou em nossa direção com a mão esquerda congelada. Ele tentava descongelar a mão usando rajadas de vento com a mão direita. De repente, nosso inimigo berrou.
- Aaaah! Mas que diabos! O que é isso?
Joshua riu.
- Isso é você começando a perder seus movimentos, babaca.
Olhei surpreso para Joshua.
-Aquele chicote estava envenenado, e daqui a alguns minutos todo o seu corpo vai estar paralisado
- Seu...
Os olhos de Ângelo irradiavam ódio.
- Vou acabar com vocês antes de não poder me mexer.
Ângelo puxou ar com a boca e soprou. Um vento poderosíssimo nos arrebatou. Joshua conseguiu nos segurar com algumas raízes que brotaram do chão. O vento era avassalador. A caminhonete que estava virada começou a ser levada pela ventania.
-Josh! Elisabeth.
-Espera. Temos que resistir até que o veneno se espalhe.
Ângelo ficou em nossa frente.
-Quebrarei esse gelo na sua cara, pirralho.
Ângelo me acertou repetidas vezes com sua mão congelada. O vento havia cessado. Joshua aproveitou a oportunidade para acertar o inimigo, mas assim que se aproximou foi surpreendido com um chute. Depois, Ângelo soprou, e Joshua chocou-se com a caminhonete.
-Josh!
As raízes de Joshua me soltaram, Ângelo tentou me acertar um soco, mas seus movimentos já estavam mais lentos, e consegui desviar. Surpreendentemente as raízes que Joshua usou para nos segurar prenderam as pernas de Ângelo. Aproveitei o momento e concentrei toda minha força para criar um ar gelado. Segurei na cintura do meu adversário e comecei a congelá-lo. Ele estava com os braços e pernas imobilizados, então começou a soprar. Congelei minhas mãos na cintura dele, e fiquei grudado com uma rajada de vento me empurrando. Eu planava com as mãos presas à cintura de Ângelo enquanto seu corpo ia sendo congelado aos poucos.


Continua...



Ilustração: Patrick A

3 comentários:

Deborah Miranda disse...

Que tenso!
O fim desse capítulo deixou uma curiosidade terrível!!
Que agonia! Congela ele Zack!!!!!

=x

Unknown disse...

Jesus Maria José!!!
Congela congela!!
Esse negoço ta ficando cada dia mais estranho... Ainda to esperando o MIB.

Eddi Brito Dêda de Andrade disse...

Acho que já está mais do que na hora das aotoridades saberem de todo acontecido, para que todos saibam que o Dr. Lynder é um cientista louco e perigoso. " Pelo amor de Deus!, que tudo iso venha acontecer já nos próximos capítulos."