Ângelo não parava de soprar. Eu
continuava me concentrando pra congelar todo o seu corpo. As raízes
controladas por Joshua soltaram o inimigo. Ângelo estava congelado até a
barriga.
-Você irá se arrepender, moleque!
Esbravejou Ângelo.
Joshua se levantou devagar e caiu
sentado ao lado de Alex, que a essa altura já não estava pendurado. Alex o
ajudou a levantar.
-Joshua, tenha força. Ajude
Elisabeth, preciso ajudar Zackarie a fechar a boca daquele imbecil.
-Certo.
Alex aproximou-se. Ângelo prontamente
tentou acertá-lo com uma rajada de vento. Alex foi esperto e veio em minha
direção para que o vento chegasse nele com menor intensidade. As rajadas de
vento do nosso adversário já não eram tão potentes, o veneno que Joshua aplicou
provavelmente estava fazendo efeito.
- Vou te dar uma última chance.
Falei. – Diga o que estão fazendo com o nosso amigo, e como podemos salvá-lo.
O homem parou de soprar.
-Ha ha ha ha ha ha. Salvá-lo?
Salvá-lo de quem? Você é que precisa ser salvo, idiota. Você precisa ser salvo
da ignorância.
Alex acertou um soco no rosto do
inimigo.
- Continue Zackarie, congele-o
completamente. Você consegue. Disse Alex.
- Espere... Ele tem algo a dizer.
Falei.
-Sim, eu tenho. Disse Ângelo.
-Vão para o inferno!
Ângelo puxou ar com a boca, e
quando ia soprar foi atingido por mais um soco dado por Alex.
- Zackarie. Congele-o agora!
Concentrei-me, eu estava confuso,
e com muita raiva. O gelo começou a tomar conta do corpo de Ângelo. Apenas o
pescoço dele não estava congelado. O rosto do nosso adversário estava pálido,
seus lábios perdiam a cor.
- Mate-me. Balbuciou Ângelo
Senti um pouco de dificuldade
para desgrudar minhas mãos do corpo congelado de Ângelo. Eu tinha muita
dificuldade em desfazer o gelo.
-Zack. Alex chamou minha atenção.
Olhei para Alex, e depois para Ângelo.
Tínhamos que matar aquele homem.
-Não vou fazer isso, Alex.
- Não podemos deixá-lo vivo
garoto.
- Não quero ser como eles. Ainda
sou um garoto de 17 anos.
Elisabeth estava acordada.
Apoiada nos ombros de Joshua, ela chegou até onde estávamos. Alex olhou para eles.
-Vamos sair e deixá-lo aí. Falei
Eu estava virando as costas para
Ângelo quando Elisabeth passou por mim com os olhos cheios de raiva. Ela deu um
soco no meio da estátua de gelo, que se partiu instantaneamente. Ângelo estava
espalhado em alguns pedaços pelo chão. Não imaginei que fosse presenciar uma
cena tão bruta em toda minha vida. A cabeça de Ângelo, que não estava
congelada, juntamente com um pedaço do seu tronco, foi parar no meio da pista.
Segundos depois que a parte do recente cadáver tocou o chão, um caminhão que
passava velozmente a atingiu lateralmente jogando-a para perto de nós. O homem
parecia estar olhando para mim.
- ESSE DESGRAÇADO QUASE NOS
MATOU! Berrou Elisabeth.
***
Depois de andarmos por algumas
horas na beira da estrada, conseguimos uma carona. Estávamos na carroceria de
um caminhão. Desde a morte de Ângelo não havíamos falado absolutamente nada. De
vez em quando conseguíamos ao menos nos olhar, mas era rápido. Quando nossos
olhos se encontravam eles desviavam instantaneamente.
***
Estávamos meio sonolentos quando
o caminhão parou. O homem velho de barba grande nos alertou.
- Ei, pessoal. Chegamos em
Casquilha. Ficarei por aqui. Terão que encontrar outra carona.
-Sim, claro. Muito obrigado senhor!
Agradeceu Alex.
Todos agradeceram antes de descer
do caminhão.
***
-Vamos pessoal. Até quando vocês
vão ficar com essas caras? Vocês precisam ficar espertos caso alguma coisa
aconteça. Disse Alex tentando nos animar.
-Foi aqui que descobrimos que
éramos procurados pela polícia. Falei.
A princípio ninguém se
pronunciou.
-Na verdade, ficamos sabendo que
provavelmente seríamos procurados. Respondeu Joshua.
-É verdade.
-Foi o P. que viu primeiro,
lembra Zack?
-Sim. Ele fez aquela cara de
espanto tradicional.
Rimos timidamente.
- E você Elisabeth, como foi sua
reação quando viu o noticiário com os meninos? Perguntou Alex.
- Eu não estava com eles. Disse
ela meio sem graça.
-Mas...
-Ela estava servindo de comida
para sua namorada. Retrucou Joshua.
-Eu não sabia que ela era um
monstro! Respondeu Elisabeth.
- Ela devora gente. Como ela poderia
não ser um monstro?
-Pessoal. Parem com isso, vocês
estão chamando a atenção. Disse Alex. - Joshua, Elisabeth, que isso fique bem
claro: Isabel não é um monstro.
- Se você está dizendo...
Toquei o ombro de meu amigo.
-Relaxa Josh. Estamos exaltados,
não vai ser bom para nós ficar discutindo desse jeito.
- Temos que encontrar um
transporte para chegarmos à Lumus.
- O que faremos? Vamos roubar um
carro? Perguntou Joshua.
- Já somos procurados mesmo. Um
crime a mais... Falei sem pensar.
-Engraçadinhos. Vamos até a
rodoviária. Espero que o dinheiro que tenho seja suficiente.
Passamos pela praça onde nos
reunimos da última vez que viemos em Casquilha. As lembranças eram constantes.
Chegamos na rodoviária, Alex
tentou convencer um cara a nos vender quatro passagens pelo preço de duas. Não
conseguiu.
- Só temos dinheiro para duas
passagens. Disse Alex
- O que faremos? Perguntei.
-Compraremos duas passagens.
Respondeu Alex.
- Mas Alex...
- Zackarie, você deve ir. Acho
melhor você ir com...
- Comigo. Interrompeu Elisabeth.
É melhor ele ir comigo.
-Gente...
- Ele está certo Zack. Vá com
Elisabeth. Se dermos sorte acharemos uma carona e chegaremos junto com vocês.
Disse Joshua.
-Já que vocês insistem... Preciso
encontrar minha mãe. Prometam que chegarão bem em Lumus.
- Você deve prometer o mesmo.
Disse Joshua.
-Certo.
***
Elisabeth e eu estávamos no ônibus. Nos despedimos de Alex e Joshua, que não perderam tempo e foram
procurar uma carona. Na pior das hipóteses, e infelizmente a mais provável, eles
iriam para a estrada tentar a sorte por lá.
Elisabeth sentou-se na janela, eu
fiquei no corredor. Ainda estávamos estranhos depois do que aconteceu na nossa
última luta. O motorista do ônibus deu a partida no veículo e começou a
manobrar devagar para iniciarmos a viagem. Elisabeth reclinou a poltrona,
encostou-se e fechou os olhos para descansar, eu estava prestes a fazer o mesmo
quando o motorista parou o ônibus e abriu a porta do veículo. Foi aí que vi uma
pessoa que jamais imaginei ver naquele local. Ele subiu com pressa e estava com
dois amigos. Quando passou por mim olhou de relance, e não sei ao certo se
aquele rápido olhar foi de espanto ou alegria.
-O que ele está fazendo aqui?
-O quê? Falou alguma coisa
comigo, Zack? Perguntou Elizabeth.
-Você não viu quem entrou no
ônibus? Sussurrei.
-Acho que não. Quem?
-Sammy.
Continua...
Ilustração: Patrick A
6 comentários:
Acho que o Dr. Lynder já deve ter levado esse sammy pro lado dele.
Elisabeth é o mais macho da história
Aguardando o prox
Saulo
Que tensa essa cena de Elisabeth destruindo o cara! Super forte... u.u
E esse Sammy com certeza já deve ta trabalhando pro Lynder!
Continuo ancioso quanto a chegada na cidade natal...
Vixi! O vampiro!
Na minha opinião o apocalipes começou.
aguardando o prox.
PqP!!! fiquei sem fôlego!! Muito bom...muita ação e mais mistério agora que Sammy deu as caras...
td bem, pode ate ser que ele esteja com o Dr lá...mas pode também está meio confuso com a situação e quem sabe o Zack não o convence a ficar ao seu lado?!?!
NÃO PODEMOS ESQUECER QUE O "ASPIRADOR DE PODERES" ESTÁ A SOLTA E não sei se ele vai querer se unir ao DR...pois parece ser do tipo "egoista", ou seja, vai querer "dominar o mundo"...
Que venha o Cap 21!!!
Mothafocka!! Nem sei mais o que dizer nem o que esperar.
A poha ficou séria! Fujam para as colinas!! É o apocalipse zumbi!!
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