Alice rosnou para Cássio, e ele
tomou um baita susto. Apesar de aparentar tranquilidade, Joshua estava com a
mão no bolso, provavelmente pegando alguma semente.
-Que interessante! Exclamou Alex.
– Uma transformação instantânea, aparentemente sob controle.
-Alice, pode voltar ao normal
para conversarmos? Perguntei.
- Não preciso voltar ao normal
para conversar. Ela respondeu de imediato.
Aquela cena sem dúvida foi uma
das mais bizarras que presenciei. Ver um animal selvagem numa sala conversando.
E eu achando que já tinha visto de tudo.
-Se você preferir... Falei depois
do susto.
- Fechem os olhos. Disse Alice. -Elisabeth
pegue aquele pano em cima da mesa, por favor.
-Opa, não me diga que você... Ah,
é demais pra mim. Falou Cássio.
-É melhor sairmos daqui, Alice.
Disse Elisabeth, olhando seriamente para nós.
Alice e Elisabeth foram para o
quarto, enquanto ficamos esperando na sala. Um minuto depois elas voltaram.
-Por causa disso preciso de um
guarda-roupa novo. Falou Alice, que agora vestia um short com outra blusa
estampada, na verdade, a roupa era bem parecida com a que ela usava antes.
Alex passou alguns minutos
tentando explicar para Alice tudo o que havia acontecido, e o que ainda poderia
acontecer. Joshua, Elisabeth e eu ajudamos com as histórias, falamos sobre
Plínio, a professora Isabel e sobre o meu Pai. Alice parecia estar muito
abalada.
-O que querem de mim, afinal de
contas? Perguntou Alice.
-É como eu te disse. Argumentou
Alex. -Precisamos formar um grupo, gostaríamos que você se juntasse a nós.
Alice pensou um pouco e respondeu
cabisbaixa.
-Estou procurando por meus pais.
Alex olhou para Cássio.
- Mas isso vai apenas te ajudar.
Nós estaremos com você, e podemos ajudar com isso.
Alice estava confusa, a todo o
momento ela passava as mãos na cabeça. Alice saiu da sala e foi para o quarto.
Ficamos apreensivos com a resposta dela, pois ela seria muito importante para
nós. Além de ser uma amiga, ou seja, alguém que poderíamos confiar, seus
poderes poderiam ser muito úteis. Cerca de cinco minutos depois Alice voltou
com uma mala.
-O que estão olhando? São roupas.
Eu vou precisar. Disse Alice.
Sorrimos. Cássio parecia um pouco
mais feliz.
***
Estávamos voltando para minha
casa. Eu, Joshua, Alice, e Elisabeth, estávamos nos espremendo no banco de
trás, enquanto Alex ia na frente, e Cássio dirigia o seu carro. Precisávamos
deixar minha mãe num local seguro. Só não sabíamos onde seria este lugar. No caminho, passamos num mercado e compramos
algumas coisas, lá havia alguns caras nos encarando, mas compramos o que
queríamos e saímos sem problemas. Depois de ver alguns monstros, algumas
pessoas correndo sem motivo aparente, chegamos.
-Ajude-me com as compras Cássio.
Disse Alex.
-Precisam de mais alguém?
Perguntou Joshua.
-Não Joshua, Obrigado. Agradeceu
Alex.
Entramos na casa e subimos as
escadas. Notamos que o corrimão tinha marcas de dentes.
-Essas marcas já estavam aqui?
Perguntou Elisabeth que ia à frente.
-Acredito que não. Respondeu
Joshua.
-Droga! Exclamei.
-Socorro!
Era a voz de minha mãe.
A porta do quarto estava caída,
Elisabeth entrou, e eu logo em seguida. Minha mãe estava em pé na cama. E um
monstro enorme estava na frente dela. Quando ele viu Elisabeth, rosnou e
avançou nela. Elisabeth estava pronta para revidar o ataque quando o monstro me
viu e pulou em cima de mim, e para a surpresa de todos, ele começou a me
lamber.
-Mas o que é isso? Perguntou
Alice que acabara de entrar no quarto.
-Esse monstro me acordou, ele
derrubou a porta do quarto e começou a me lamber. Disse minha mãe.
-Espera...
Apesar da dificuldade, tentei
analisar aquele ser. Reparei em sua cor: era branco com umas manchas
amarronzadas. Percebi que aquele monstro era na verdade um cachorro gigante.
-Nestor? Perguntei.
O monstro saiu de cima de mim e
ficou sentado em minha frente.
-É você, Nestor?
Comecei a rir freneticamente.
-Cara, é mesmo você!
Dei um grande abraço nele. Era o
meu cachorro. Ele começou a me dar grandes lambidas, que na verdade, eram
bastante nojentas.
-Como assim? Eu não estou
entendendo mais nada. Disse Alice.
Cássio e Alex chegaram em
seguida.
-Esse é o meu cachorro! Falei
-Pelo visto ele comeu ração
demais. Disse Joshua.
***
Estávamos na sala, mais uma vez
contando nossas histórias de terror, dessa vez para minha mãe.
-Isso deve ser um grande
pesadelo. Disse minha mãe.
- Seria melhor que fosse, mãe.
Falei.
-Terminei minha parte. Falou
Cássio.
- Onde está Joshua? Perguntou
Elisabeth.
- Já está acabando. Ele respondeu
-Ok. Elisabeth acenou
positivamente.
- Quanto mais rápido ele acabar,
melhor. Precisamos sair logo. Disse Alex.
Joshua e Cássio estavam
protegendo a casa. Enquanto Cássio construiu um muro enorme de pedras e barro,
Joshua cobriu tudo com enormes plantas venenosas e carnívoras.
-Onde está o cachorro? Perguntou
Alice.
-Está lá fora. Depois de tentar
destruir meus muros, está lá tentando ser engolido pelas plantas de Joshua,
infelizmente ainda não conseguiu. Disse Cássio.
-Não fale assim dele. Reclamei.
O celular de Elisabeth tocou, e
ela pareceu inquieta. Ela atendeu.
-Alô... Dentro do possível. O
quê? Onde você está? Você está louca? Não pode ficar com ele! Ei! Escuta. Eu
vou te buscar. Me espera!
Elisabeth desligou o celular e
por pouco não o quebrou.
- O que foi dessa vez? Perguntei.
-Elisa. Ela respondeu.
- O que tem ela?
-Porque você quer saber?
Elisabeth foi tendenciosa com a pergunta.
-Ei, Calma aí. Me defendi. Só
estou preocupado.
-Desculpe, eu fiquei nervosa.
Elisa está indo encontrar Sammy. Falou Elisabeth.
-Droga. Isso é muito ruim. Falei.
-Quem é Elisa? Perguntou Cássio.
- A irmã gêmea de Elisabeth.
Respondi.
- Deus, como o Senhor foi
bondoso! Duas!
-Cala essa boca, imbecil!
Esbravejou Elisabeth. –Temos que ir buscá-la.
-Acho que vocês vão precisar de
um motorista. Disse Cássio se prontificando.
Joshua entrou na sala.
-Pronto, acabei. Disse ele.
-Estamos saindo, Josh. Vamos
buscar Elisa. Falei.
-Buscar Elisa? Você está louco,
Zack?
-Porque ele estaria louco,
Joshua? Perguntou Elisabeth. –Vamos buscar minha irmã.
-É, vamos buscar a Irmã dela! Disse
Cássio.
Alex que apenas observava, falou:
-Vão os quatro. Eu, Alice e o
cachorro ficaremos aqui por enquanto. Qualquer coisa entrem em contato.
Saímos da casa e entramos no
carro de Cássio. Os muros em volta da casa eram enormes, pareciam muros de uma
fortaleza, e em volta do muro, muitas plantas, que de longe pareciam
inofensivas, mas sabíamos que não eram.
***
Passamos pelo mesmo caminho de antes. Vimos as
mesmas imagens. As ruas estavam quase desertas, mas dessa vez vimos dois
policias. Quando estávamos passando por eles, pediram para encostar o carro.
-Bom dia, senhor! Cumprimentou
Cássio.
-Bom dia! Desçam do carro, por
favor. Disse o policial.
Descemos do carro. Estávamos um
pouco desconfiados. Quando saímos nos entreolhamos esperando encontrar uma
resposta para alguma coisa.
-Senhores, virem e coloquem as
mãos para trás. Estão presos, têm o direito de permanecer calados, e tudo o que
disserem pode ser usado contra vocês.
Continua...
5 comentários:
O que? presos? que zorra eh essa? ai tem coisa...
...
e agora Zack, Elisa ou Elisabeth??
Como assim presos?
Me recuso a fazer maiores comentários antes de saber o desenrolar dessa historia!!!!!!
Oxe isso tá me cheirando a preconceito, devia ter algum negão junto
E agora, será que dava pra confiar nestes policiais???, E a irmã de Elisabeth, também era poderosa???
Presos? Será que é por causa das câmeras de segurança?
Isso ta cheirando a armadilha.
Aguardando o próximo
Postar um comentário