terça-feira, 18 de setembro de 2012

Adaptation: Capítulo 5

Nós simplesmente ficamos travados quando vimos a professora Isabel. Ela estava em seu estado normal, nenhuma pessoa no mundo diria que ela era um monstro devorador de humanos.
-Ei rapazes, a Sra. Isabel está cumprimentando vocês. Falou a Sra. Gina.
-Olá, professora! Respondemos boquiabertos.
- Como vocês estão? Passeando um pouco, não é mesmo? Esses meninos possuem um potencial incrível, senhores.
- Ah, isso é mesmo uma coisa boa de ouvir Sra. Isabel. Respondeu o Sr.Peter.
-É a mais pura verdade. A professora Isabel falou sorrindo.
Plínio olhava pra mim tão nervoso que eu estava com medo de que ele desaparecesse ali na frente de todo mundo.
- Foi muito bom ver vocês pessoal, agora tenho que ir. Espero reencontrá-los qualquer dia quando eu estiver com mais tempo, quem sabe não comemos alguma coisa juntos. A professora Isabel falou sorrindo, e foi se despedindo.
-Também estamos de saída Sra. Isabel. Se precisar de uma carona...
-Não se incomode Sr. Peter, estou de carro. Obrigada.
A Professora Isabel saiu andando a passos largos, quando ela mexeu em seu cachecol pude ver uma marca vermelha em seu pescoço. Olhei para Joshua e ele deu de ombros.
***
Os pais de Plínio foram embora e ficamos na praça de alimentação abismados com a situação que acabamos de presenciar.
- Ela só pode estar brincando. Comer juntos? Mas nem... Vocês acham que ela se esqueceu de tudo? Perguntei.
- O que eu posso dizer é que eu não esqueci nada, não quero mais ter contato com aquela canibal. A qualquer momento ela pode sair por aí devorando as pessoas, e eu não quero estar perto dela nesse momento. Disse Plínio.
-Não acho que ela tenha se esquecido de nada. Ela tinha marcas no pescoço, com certeza deve saber como aquelas marcas foram feitas. Disse Joshua.
-Mas se ela se lembrasse de algo acredito que pelo menos sinalizaria alguma coisa para nós. Falei.
-Faz muito sentido ela sinalizar algo para suas refeições. Joshua respondeu ironicamente.
-Não sei cara, ela não é uma pessoa ruim. Se ela lembrasse teria ficado assustada com nossa presença. Ela estaria desesperada. Retruquei.
- Ela é uma CANIBAL! Por isso ela não está desesperada. Plínio falou alto e algumas pessoas olharam para nós.
- Eu acho que ela estava desesperada. Ela saiu daqui às pressas, pode estar procurando algum jeito de se livrar daquilo. Joshua falou concentrado.
-Não sei.
Já estava escurecendo quando resolvemos ir embora. Fomos para o ponto e pegamos um ônibus. O percurso não era longo, aproximadamente 15 minutos e chegamos. Descemos na esquina da casa de Plínio, que ficava próxima a uma pracinha, e tinha por nome Praça da Juventude. A praça era toda arborizada, com muitos bancos, e no centro haviam duas estátuas de crianças sorrindo. Passamos pela Praça da juventude e logo chegamos à casa de Plínio.
-Entrem. Disse Plínio.
A casa de Plínio era muito grande, o Sr. Peter era um médico bem sucedido, e a Sra. Gina apesar de não trabalhar muito era uma empresária de sucesso. Eles tinham uma ótima posição social. Fomos direto para o quarto de Plínio.
-Mãe, chegamos! Plínio avisou gritando.
O quarto de Plínio era sagrado para ele. Do lado direito ele tinha um computador, e numa mesa ao lado estava seu notebook fazendo algum download, e Indiana Jones, seu porquinho da índia numa gaiola. As paredes eram cheias de colagens de desenhos japoneses. Do outro lado ficava uma televisão.
-Bem vindos ao meu habitat natural, senhores! Disse Plínio.
-Oi Jones! Cumprimentei o roedor.
Joshua se jogou na cama e falou:
-E então pessoal, quando vocês vão me mostrar o que sabem fazer?
-A gente não sabe fazer. Respondi
-Pessoal, que tal a gente falar sobre coisas normais. Vamos ver mulher pelada na internet. Plínio falou querendo ir à direção do computador.
-Vamos lá caras, olha só. Joshua falou e pegou uma semente de girassol da vasilha de Indiana Jones.
Joshua colocou a semente na palma de sua mão, e de repente a semente começou a germinar. No final, era um girassol muito bonito.
-Fantástico! Falei estupefato.
-Isso é impressionante Josh! Como você faz isso? Plínio rapidamente prendeu sua atenção no girassol.
-Eu apenas me concentro. Eu sinto que posso fazer isso, e quero fazer. Quando percebo... Pode ser que funcione com vocês.
-Vou tentar. Falei entusiasmado.
Fechei os olhos e me concentrei. Não ouvia absolutamente nada. Abri minhas mãos e concentrei-me para criar gelo nelas. Senti um pequeno frio na barriga. Comecei a reclamar ainda com os olhos fechados:
-Isso não vai funcionar!
Quando abri os olhos meu corpo estava coberto por uma pequena camada de gelo. Plínio e Joshua estavam tremendo de frio. Minhas mãos estavam cobertas de gelo.
-Nossa! Falei orgulhoso.
-Viu? Não foi tão difícil.
- Você quase rachou a tela do meu monitor! Eu vou te matar! Plínio falou em pânico.
-Vamos lá P, é a sua vez. Joshua falou
-Ok. Ele respondeu.
Plínio fechou os olhos e ficou estático por uns dez minutos, nada aconteceu.
-Por que eu não consigo? Plínio perguntou frustrado.
-Calma. Plínio, você tem que tentar se concentrar mais. Falei tentando ajudar.
- Ei P, acho que o Zack acabou rachando mesmo sua tela. Joshua falou pegando no monitor.
-Como é que é? A respiração de Plínio ficou mais pesada e seus pés foram sumindo.
- Espere Plínio, continue assim. Você está conseguindo. Falei.
Plínio parou e continuou acelerando sua respiração, aos poucos seu corpo foi desaparecendo, até que ele ficou completamente invisível.
-Isso aí P!
***
Já passavam das 20:00h, nós três tínhamos jantado e estávamos no quarto de Plínio. Da janela dava pra ver a praça, que não tinha muito movimento nesta noite.
-Olha, Sammy e Elisa estão na pracinha. Disse Plínio.
-E daí? Respondi acidamente.
-É normal que ela esteja lá com o seu namorado. Ela mora aqui perto, não é isso Plínio? Joshua perguntou lendo alguma coisa na internet.
-É, ela mora nesse mesmo quarteirão. Plínio respondeu.
- Porque você não diz pra ela o que sente? Joshua perguntou ainda lendo.
-Ah Josh, vê se não enche. Levantei da cama e fui olhar pela janela.
Eles pareciam estar discutindo, Sammy saiu e deixou Elisa sozinha.
- Eles brigaram. Falei.
- Olha, que boa oportunidade pra você entrar em cena. Joshua falou com um sorriso cínico.
-Vamos à praça, a noite está agradável. Disse Plínio.
- É, vamos! Falei prontamente.
Plínio e Joshua riram.
-A noite está agradável, vocês não estão pensando que eu quero ir por causa... aaaah.
Chegamos à praça e Elisa estava lá. De saia, cabelo amarrado, com um casaco preto, sentada num banco da praça, sozinha. Joshua e Plínio sentaram-se num banco um pouco mais distante, acenaram para Elisa, e praticamente me obrigaram a ir falar com ela.
-Olá. Iniciei a conversa
- Oi Zackarie! O que está fazendo por aqui?
-Vim passar a noite na casa do P.
-Hum, legal.
Acho que fiquei uns dois minutos em pé e em silencio.
-Sente-se, ou você já está de saída?
-Ah, claro... Quer dizer, não estou saída. Vou sentar. Sorri desajeitado. Eu me odiava por ficar nervoso perto dela.
Ela sorriu.
-Onde está o Sammy? Perguntei.
- Não quero falar sobre ele.
-Ah, me desculpe. Ok.
- Você já gostou de alguém Zackarie?
Essa pergunta foi como um tiro na minha cabeça.
-Eu?
-Sim, você.
-Eu... Sim, na verdade... É complicado.
-Não me diga que você nunca falou pra pessoa? Ela perguntou, demonstrando certa preocupação.
-Não, não é isso, é só que... Eu gosto de uma pessoa sim. Gosto muito. Porque você está me perguntando isso? Perguntei tentando me livrar de mais perguntas.
-Você acha que uma pessoa que gosta faz coisas ruins para outra? Uma pessoa que gosta não deve fazer o bem, proteger, respeitar, cuidar? Ela falou parecendo que iria chorar.
-Uma pessoa que gosta, que ama a outra, respeita, protege, cuida, faz tudo o que é de melhor para agradar. Uma pessoa que gosta... Doa sua própria vida para o bem da outra.
Uma Rosa caiu em minhas mãos, olhei para Joshua rapidamente. Ele nem olhou pro lado.
-Que lindo, Zack! Eu...
O celular de Elisa tocou, ela levantou-se rapidamente.
-Tenho que ir Zack. Obrigada pela conversa. Ela falou despedindo-se.
Levantei-me e dei-lhe a rosa.
-Pra você.
Ela corou e agradeceu dando-me um beijo no rosto. Seus lábios macios grudaram um pouco na minha bochecha. Gelo seco.
-Tchau.
***
-Que maravilha! Plínio falou empolgado.
-Vocês vão me pagar por essa. Retruquei
-Você é que nos deve, principalmente pra mim. Disse Joshua.
Fomos pra casa de Plínio, subimos para o quarto e ligamos a televisão. Estava passando uma notícia de última hora. As imagens mostravam pessoas em pânico, um poste caído no meio de uma pista, casas incendiadas. A repórter estava explicando os fatos, e tinha uma vítima para entrevistar.
Não se sabe ao certo o número de mortos e feridos, mas os números já ultrapassam a marca de 30 pessoas mortas, e 12 feridos na cidade de Lumus. Desde o início da semana coisas estranhas acontecem. As pessoas dizem que alienígenas estão atacando a cidade:
-Senhor, o que aconteceu aqui?
- Eu fui atacado! Era feio, tinha uns dentes grandes, pareciam ratos gigantes. Eles cuspiam fogo, na hora que ele veio em cima de mim... Não vi mais nada, fechei os olhos. Quando abri ele já estava do outro lado. Ai eu saí correndo.
-Era um rato gigante?
-Era grande. É o apocalipse. A carruagem de fogo. É o arrebatamento!
Nesse momento a entrevista foi retirada do ar.
-Estamos todos em perigo com essas coisas. Falei.
-Não temos o que fazer. Só nos resta esperar que isso passe. Disse Plínio.
-Como isso pode estar acontecendo? Temos que achar alguém que possa nos ajudar. Disse Joshua.
- É isso! Só tem uma pessoa que pode nos ajudar. O Dr. Lynder.
-Será que ele sabe que essas coisas estão acontecendo? Joshua perguntou.
- Não sabemos onde ele está. Não sabemos nem onde ele foi parar depois da explosão. Disse Plínio.
- Vamos procurá-lo. Afirmei.
De repente ouvimos um barulho de vidro quebrando. Plínio desceu as escadas na frente. Chegamos na sala e Plínio encontrou um bilhete:
Plínio, querido. Tivemos que sair, seu pai recebeu uma ligação e vai ter que dar plantão hoje à noite. Fui levá-lo ao hospital. Se precisar de alguma coisa é só ligar.
Beijos da mamãe.
Olhei para o lado e a janela da sala estava quebrada.
-Plínio. Olha.
Plínio foi em direção a cozinha, havia mais barulho por lá. Joshua estava olhando a janela quebrada, eu também fui dar uma olhada.
-Zack! Tem alguma coisa aqui. Plínio gritou da cozinha.
Eu e Joshua corremos pra lá, havia um cheiro forte vindo da cozinha. Quando chegamos lá, tudo estava revirado.
- O que está acontecendo aqui Plínio?
- Não tenho a mínima idéia.
Assim que Plínio terminou de responder um rugido enorme assustou a todos nós. Corremos para sala e um homem de uns 3 metros de altura estava lá segurando o sofá por cima da cabeça. Assim que nos viu ele atirou o sofá em nossa direção, rugindo como um leão. Joshua transformou uma semente num cipó com espinhos. Gostaria de ter a mesma determinação que ele teve ao se deparar com o monstro. Nos jogamos para o lado e o sofá atingiu uma estante com taças.
- Minha casa! Eu estou ferrado! Plínio gritou desesperado.
-Plínio, fique invisível. Disse Joshua.
Plínio começou a respirar mais rápido, o que naquele momento não era tão difícil, e começou a desaparecer. Joshua tentou atingir o monstro num movimento rápido com o cipó. O cipó com espinhos enrolou-se no braço do homem, mas ele simplesmente puxou Joshua, o arremessando contra a parede. Concentrei-me e consegui fazer minhas luvas de gelo, a temperatura caiu muito, mas assim que tentei me aproximar o grandalhão me acertou com um tapa. Fiquei estatelado no chão.
-Aaaaaaah!
Ouvi Plínio gritando, e de repente o homem parou. De joelhos ele colocou as mãos na barriga, e uma faca enorme estava atravessada em seu abdômen. O homem caiu estirado com a faca cravada em seu corpo, e foi diminuindo de tamanho. Ele ficou com 1,80m aproximadamente. Plínio ficou visível e caiu de joelhos junto ao corpo que ele havia tirado a vida.
- Eu matei um cara. Tem um cara morto na minha casa! Disse Plínio abatido.
Joshua se levantou com muito esforço.
-Vamos P, temos que dar um jeito nisso.


Continua...


8 comentários:

Gustavo Moreira disse...

Quer dizer... primeiro o nerd só quer saber de ver putaria na internet...
E no fim mata um cara...
Qual o seu problema com os nerds? kkkkkkkkkkk

A história continua muito boa, Juninho...

Aguardando as cenas do próximo capítulo...

Unknown disse...

OH MY FUCKING GOD!

Supondo que (peloamordedeus) não era o pai dele, acho que eles estão bem encrencados. E agora? Vão fugir pras colinas? É um apocalypse zumbi?
Vão encontrar um grupo de resistentes (aqueles cujos poderes não alteraram o estado de consciência)? Vão achar o doutor Lyndo?
Não sei pq mas acho que esse cara sabia o que estava fazendo...
Será que essa experiência já tinha sido feita antes? A CIA/NASA/FBI/MIB têm o controle de tudo?
Será que estão recrutando os 'mutantes' para operações especiais?
Ou caçando eles? Ou recrutando os conscientes pra caçar os que viraram monstros?

Holly Shit! Avia com essa história menino!!

Jefferson disse...

Esta realmente cada vez mais intrigante, curioso para p próximo capitulo, a parte do arrebatamento sem duvida foi a melhor kkkkkk

Saulo disse...

Plínio é um assassino? O que foi isso? A princípio eu pensei que ele tivesse sido atingido.

Continua muito bom!

Deborah Miranda disse...

:O, como assim?? Matou quem? E o pior, eles podem ser incriminados, já que o cara diminuiu de tamanho e suponho que tenha ficado normal quando morreu!!!! :O

Próximo capítulo por favooor!

Aline Sampaio disse...

Muito legal. E curiosidade toma conta de mim.

Nekita Lays disse...

Rpz, ta de fuder ae a estória viu.
Mais capítulos já.
Chega da aquele frio na barriga tipo: "episódio chocante de Dexter"....adoorei rs

Anônimo disse...

continua muito bom...e aquele clima de suspense é ótimo...aguardando proxs capítulos...